FLAVIO IMPÉRIO
Vi livros. Ouvi descrições e textos. Tive ótimas aulas de desenho com os artistas Luis Paulo Baravelli, Frederico Nasser, Carlos Fajardo. Abriam-me na mente a permissão para o olhar. Olhei para o papel branco talvez como só uma criança o faça. Enxerguei os objetos sem seus nomes e funções. Adquiri vocabulário Refinei o resultado de meus traços em sínteses essenciais. Sorte a minha tê – los encontrado. Vi um só artista em pleno exercício de seu labor: Flávio Império, morador de um dos mais tradicionais bairros imigrantes desta cidade: o Bixiga, ou Bela Vista. Por intermédio da loira, conheci-o e frequentei seu ateliê. Ele havia se encantado com ela e descobriu talento e soltura para torná-la praticamente uma parceira. Foi ela quem mais absorveu dele as suas múltiplas habilidades. Não apenas isso, mas o sentido da artesania, de um dom de pensar com as mãos. E desenhar com o corpo.
Flávio trabalhava. Aparentemente olhava indiscriminadamente para as coisas.